O debate
A direita parece ter Pedro Passos Coelho em muito má conta. Ontem, sentiu-se na tralha que se arrasta a “comentar” nas televisões um profundo alívio no fim do debate: o líder do PSD não tinha perdido com Sócrates (e alguns tiveram o descaramento de dizer que havia vencido). Patético. Para fundamentar as suas posições, a alguns desses “comentadores” só faltou perguntar se alguém tinha visto Pedro Passos Coelho a fugir do estúdio para se esconder atrás Relvas, esse outro expoente do passismo.
Ou então sou eu que devo ter perdido alguma parte do debate. É que eu vi Sócrates a levar às cordas um impreparado Passos Coelho, que se revelou incapaz de justificar as medidas radicais que defende no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), vi Sócrates a desmontar a selvajaria que se esconde nas medidas do PSD para o emprego, vi Sócrates a mostrar que Passos também entendia que a crise internacional tivera um efeito devastador sobre uma pequena economia como é a portuguesa, vi Sócrates a explicar como o chumbo do PEC 4 tinha obrigado ao pedido de ajuda externa (que as agências de rating na altura sublinharam), vi Sócrates a pôr em evidência a forma perniciosa como o PSD se comportou nesta situação difícil que o país atravessa (de que as cartas abertas de Catroga para a troika são um mero exemplo).
Perante isto, que fez Passos Coelho? Para além de umas frases coladas com cuspo, quando pôde, mudou de assunto; quando não o conseguiu, baralhou tudo, como aconteceu com os “co-pagamentos” na saúde, escamoteando que eles não existem até agora no SNS.
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