sexta-feira, 7 de outubro de 2016

António Guterres Secretário-Geral da ONU, as razões de uma vitória



António Guterres é um homem de princípios, um grande humanista. Há dois aspetos importantes a salientar nesta eleição para SG da ONU. 
O papel de Ângela Merkel e o lugar de Portugal no mundo e o papel da diplomacia nessa questão. Merkel envolveu-se neste processo promovendo uma candidata com a cumplicidade da União Europeia e sofreu uma humilhante derrota. Isto é mais uma prova de que a chanceler não era a líder de que a Europa precisava que a Alemanha tivesse neste momento. 
A derrota da Alemanha e da comissão europeia correspondeu a uma vitória de Portugal. Causas dessa vitória: o candidato, a posição de Portugal no mundo e o papel da sua diplomacia. Por muito que custe à Alemanha, a geo-história e a geolinguística dão a Portugal um lugar privilegiado que a Alemanha não tem e duvido que alguma vez venha a atingir. Esta vitória de Portugal é também a vitória do espaço da lusofonia. 
A diplomacia portuguesa afirmou-se desde o princípio da nossa nacionalidade, desde o reconhecimento da Independência, no século XII (D. Afonso Henriques) e da Restauração (Pe. António Vieira), ao direito internacional sobre as terras descobertas (Infante D. Henrique) ao Tratado de Tordesilhas (D. João II), junto do papa, que tinha então um papel idêntico ao que tem hoje a ONU, do tratado de Madrid de 1750 (Gusmão), que torna o Brasil a grande potência que é hoje. Mas essa diplomacia só se exerce quando há fortes lideranças políticas, consenso nacional e grandes causas, uma coincidência que se verificou neste caso. O PR, o PM, o ministro dos negócios estrangeiros, o embaixador na ONU e as lideranças partidárias, todos tiveram um papel importante, nas respetivas funções e «fora».

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