terça-feira, 29 de agosto de 2017

Santa Cruz, as razões de uma candidatura






1.       Ao apresentar a minha candidatura à Camara Municipal de Santa Cruz, junto aos Paços do Conselho deste município, dirigi-me a todos o munícipes de Santa Cruz e das suas freguesias, Gaula, Santo António da Serra, Camacha, Caniço e Santa Cruz,  freguesia sede do Concelho, é certo, mas apelei a que  uma Aliança Eleitoral encontrasse viabilidade política mediante a   minha condição de candidato independente pelo Bloco de Esquerda. Quais as razões cívico-políticas que me levam a apelar a essa Aliança Eleitoral através desta candidatura? Terei legitimidade política para fazer esse apelo?

2.       Os eleitores sabem qual é a minha ideologia  política de sempre, que se situa no campo socialista ou da democracia social, que abrange uma ampla faixa social que vai da Esquerda ao Centro-Esquerda, onde se situam o Bloco e o Partido Socialista.

3.       Por outro lado, todos sabem que sempre me envolvi em atividades cívicas, por uma cidadania ativa, desde a cultura, a escrita, a defesa de autonomia política, democrática e patriótica, as questões sociais.

4.       Sabemos que existe hoje no país uma pacto solidário estre os eleitores e a maioria que viabilizou o atual Governo, cuja momento genético é aquele instante em que Catarina Martins desafiou o líder do PS e atual Primeiro-Ministro, no debate que teve com ele paras as eleições legislativas de 2015, para que aceitasse dialogar, mediante determinadas condições sociais, como o fim do corte de pensões e dos salários,  para a viabilização de um governo saído de uma nova maioria, a maioria de Esquerda para barrar a Direita e o seu governo.

5.       Sei também que, no meu concelho,  existe hoje uma Aliança Eleitoral e natural  maioritária constituída pelos eleitores dessa faixa social que vai da Esquerda ao Centro-Esquerda e sei também que essa faixa queria ver traduzida numa solução política essa Aliança Eleitoral em Santa Cruz.

6.       Por essa razão, e como é meu apanágio  agir para além da questão formal até que ela possa surgir, não deixei de me empenhar, civicamente, junto de vários dirigentes da área do Bloco   e do PS-Madeira para  corresponder a esse entendimento natural que resulta dessa Aliança Eleitoral na bases eleitorais destas duas forças políticas.

7.       Obviamente que, se houve ou não contactos formais entre os dois partidos a mim não me compete. O que posso dizer é que houve de início, abertura de espírito de todos até a uma determinada altura. Porém, há um momento a partir do qual tudo muda abruptamente.  O PS-Madeira desencadeia um grave conflito com o Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do seu partido, alia-se à Direita no Parlamento Regional nessa luta e isola-se à Esquerda. Ficam, assim, goradas quaisquer tentativas de construir um projeto autárquico em comum para corresponder aos eleitores. 

8.       Perante estas circunstâncias, que atitude poderia eu ter quando o Coordenador Regional do Bloco de Esquerda, mostrando um total espírito de abertura, justamente porque sabe os anseios dos eleitores  em Santa Cruz,  me lançou o desafio  para encabeçar, como  cidadão independente,  a candidatura à Câmara Municipal de Santa Cruz? Obviamente,  aceitei   o desafio com o mesmo espírito com que me empenhei em construir uma solução política que fosse ao encontro dessa Aliança Eleitoral que existe e que vai encontrar nesta candidatura do Bloco a sua Casa Comum.

9.       Em Santa Cruz, o Bloco de Esquerda faz a diferença ao ter compreendido que um candidato independente pode concretizar politicamente essa Aliança Eleitoral no município de Santa Cruz. Sinto-me, pois, o candidato natural e legítimo desses eleitores, a quem venho, desde já, apresentando as propostas que constam do nosso projeto, cujas grandes linhas estratégicas estão plasmadas no excelente «Manifesto Autárquico do Bloco de Esquerda».  



Miguel Fonseca