terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Uma coligação não é um colete salva-vidas



1. Decorrem, neste momento, contactos informais entre alguns partidos para a possível constituição de uma coligação para as autárquicas.
2. Uma coligação só faz sentido na base de um projeto comum a favor das populações e se houver a probabilidade forte de ganhar o pleito eleitoral.
3. Sempre fui favorável a acordos e entendimentos entra partidos nessa base. Mas também sempre achei que há que escolher o momento, sob pena de uma boa ideia ser destruída por não ter sido aplicada nas circunstâncias adequadas.
4. Em 2001 opus-me, nos órgãos do PS, a uma coligação com o CDS por achar que não havia, naquele momento, condições políticas para uma coligação. O resultado eleitoral, pior ainda do que o obtido pelo PS sozinho em 2007, com a candidatura do então líder Mota Torres, veio a dar-me razão.
5. Neste momento, lançar a ideia de uma coligação para as autárquicas sem medir bem se há as condições necessárias para a concretizar pode parecer mais uma espécie de colete salva-vidas para as eventuais forças integrantes e sobretudo um projecto de poder interno das respetivas direcções do que um projeto consolidado ao serviço das populações. Não desperdicemos uma boa ideia, lançando-a mal, por maus motivos e no momento inadequado.

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