sábado, 1 de novembro de 2014

Momento histórico


O debate sobre a questão dos transportes de e para a Madeira, no ar e no mar, foi um marco histórico pela forma como foi elaborado e concretizado e pelos atores envolvidos. Todos os quadrantes foram convocados e muitos estiveram presentes, sem exclusão de ninguém, incluindo o PSD, através de alguns candidatos, que, aliás, fizerem intervenções adequadas, dando a sua perspetiva sobre a questão. Esse é o modelo que nos convêm neste momento histórico que atravessamos.  Foi como se o futuro, uma hipótese de futuro, o futuro que queremos nos tivesse visitado. Era bom que todos estivessem à altura deste momento e que ninguém ousasse sufocar, de novo, o futuro.
Ninguém, nenhum setor, pode ficar excluído da procura da solução. Querer colocar  o PSD num gueto é um erro histórico. Querer incluir todo o espetro do PSD é outro erro. Excluir, todavia, o contributo de personalidades do PSD com  capital de experiência do encontro das soluções só porque são do PSD seria um erro crasso. A construção da solução política necessária para ultrapassar a situação em que nos encontramos não pode excluir ninguém do “arco da solução” daquilo  que é preciso fazer. O modelo do debate dos transportes, sob a égide do Diário de Notícias, deve ter seguimento sobre as outras grandes questões que nos preocupam: sob a dívida da Madeira e as relações financeiras com o Estado; sobre a questão da economia e do emprego; sobre as potencialidades e económicas e científicas  da nossa ZEE (zona económica exclusiva), sobre a o Estado Social na Região, sobre a tragédia social dos sem-abrigo, sobre a questão do direito à casa de quem perdeu o emprego.

E digo mais: o Diário de Notícias, deve  assumir-se, sem complexo, como um dos promotores da construção de futuro, como instituição centenária que é e pretende continuar a ser, promovendo o debate que importa a fim de que, perante os vários modelos em perspetiva, se possa encontrar aquele que nos interessa.  Na senda do decano da imprensa madeirense, outras instituições centenárias podem e devem comparecer, para que não percamos, mais uma vez,  o encontro que temos marcado com a História. A bem da Democracia e da Região Autónoma da Madeira, incluindo Porto Santo, Desertas e Selvagens e todo o nosso território, terrestre e marítimo,  de 446 108 km². Esta é a hora.