quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A RETIRADA DE APOIO DO PND AO MOVIMENTO POPULISTA JPP, A INTUIÇÃO POLÍTICA DE MÁRIO SOARES E AS VITÓRIAS PÍRRICAS QUE ACABAM COM UM EXÉRCITO



CONCENTRAR VOTOS NA CDU E NO PAN EM SANTA CRUZ PARA DERROTAR O MOVIMENTO POPULISTA JPP E CONTRIBUIR PARA A DERROTA ESTRATÉGICA DEFINITIVA DO PSD EM SANTA CRUZ E NA REGIÃO



1.       O PND retirou o apoio político ao movimento JPP alegando razões de coerência política. Concorde-se ou não com as razões invocadas, este gesto do PND, partido onde militam pessoas que respeito e admiro, mas com o qual não me identifico, é um gesto raro em política, onde vale mais o poder a qualquer preço do que a coerência política.
2.       Não tenho a visão política do velho Soares, mas há que reconhecer e aprender com a sua intuição política. Quando, em 1980, Soares retirou o apoio político à recandidatura de Eanes, contra o seu próprio partido, poucos no PS entenderam o alcance da sua atitude. Anos mais tarde, 1985,  confirmou-se que em Belém, o eanismo chocava o ovo do PRD exatamente no espaço onde o PS nidificava politicamente, colocando em causa a própria sobrevivência do PS. É  por isso que, em 1987, entre dar posse a um governo liderado pelo PS, após a queda do I Governo de Cavaco, e convocar eleições, Soares não hesita: convoca eleições, Cavaco ganha-as com maioria, mas o PRD é definitivamente expulso da casa do PS. Também aí os socialistas só tarde compreenderiam.
3.       O JPP e o seu líder são um PRD do PS em Santa Cruz, onde se alojou o CDS, a quem Filipe Sousa, não esqueçamos, apoiou nas Regionais. Se o PS quer, de facto, voltar a ocupar o lugar que lhe cabe, em termos europeus, de alternativa ao PSD, não pode alimentar o ovo da serpente que é o JPP. Alguém tem dúvidas de que, o JPP, uma vez na Câmara, voltará a apoiar o CDS em futuras Regionais?
4.       Como é que é possível o PS apoiar uma força política que é que contribuirá – decisivamente! -  para a sua derrota estratégica no Concelho de Santa Cruz e na Madeira? Em nome de uma “vitória” pírrica, que deixará exangue o PS e o acantonará, definitivamente, como terceiro partido, os socialistas poderão estar a hipotecar, por muitos anos, o seu futuro.
5.       A atitude do PND,  ao retirar o apoio ao JPP,  torna  cada vez mais sem sentido político e estratégico o apoio dos socialistas ao JPP em Santa Cruz, onde, a vitória seria pírrica, efémera, mas iria contribuir para a vitória estratégica do CDS, cujo grande objetivo é ser indispensável como parceiro de governo do PSD-M.  A derrota do PSD ,que isto partido, no geral,  dá até sinais, em Santa Cruz, de não o deixar grandemente angustiado…, tendo em conta a situação do Município,  pode não ser desejada pessoalmente pelos candidatos mas pode  ser de todo o interesse político desse partido, que voltaria, daqui a 4 anos, a proclamar que todos os males do Concelho seriam da responsabilidade da Oposição.
6.       Além disso, o PND não se limitou a retirar o apoio ao JPP, apelando ao voto no PAN. De facto, não há só PPD e JPP em Santa Cruz: além do PAN, os eleitores têm por onde escolher e votar. Há que criar as condições para que o afastamento do PSD do poder,  em Santa Cruz,  possa ser,  na devida altura, quem sabe se ainda antes do final deste mandato que ora se vai iniciar, definitiva, e não uma mera vitória pírrica das forças que se lhe opõem, vitória efémera de que o PSD  pudesse sacar  vantagens políticas a muito curto prazo.  Para tal, urge que se tenha visão estratégica, para que o poder, a curto prazo, NÃO  vá cair exatamente onde se não quer, no regaço da  Direita, nomeadamente do CDS e do PSD!
7.       Aos socialistas e aos democratas em geral o meu apelo é este: em nome da autonomia do projeto socialista e de uma futura vitória estratégica, concentrem os votos em forças políticas que não estejam comprometidas com as políticas do atual governo da República, PSD e CDS, como é o caso do PAN e nomeadamente da Coligação Democrática Unitária, CDU.  

A RETIRADA DE APOIO DO PND AO MOVIMENTO POPULISTA JPP, A INTUIÇÃO POLÍTICA DE MÁRIO SOARES E AS VITÓRIAS PÍRRICAS QUE ACABAM COM UM EXÉRCITO

1. O PND retirou o apoio político ao movimento JPP alegando razões de coerência política. Concorde-se ou não com as razões invocadas, este gesto do PND, partido onde militam pessoas que respeito e admiro, mas com o qual não me identifico, é um gesto raro em política, onde vale mais o poder a qualquer preço do que a coerência política. 2. Não tenho a visão política do velho Soares, mas há que reconhecer e aprender com a sua intuição política. Quando, em 1980, Soares retirou o apoio político à recandidatura de Eanes, contra o seu próprio partido, poucos no PS entenderam o alcance da sua atitude. Anos mais tarde, 1985, confirmou-se que em Belém, o eanismo chocava o ovo do PRD exatamente no espaço onde o PS nidificava politicamente, colocando em causa a própria sobrevivência do PS. É por isso que, em 1987, entre dar posse a um governo liderado pelo PS, após a queda do I Governo de Cavaco, e convocar eleições, Soares não hesita: convoca eleições, Cavaco ganha-as com maioria, mas o PRD é definitivamente expulso da casa do PS. Também aí os socialistas só tarde compreenderiam. 3. O JPP e o seu líder são um PRD do PS em Santa Cruz, onde se alojou o CDS, a quem Filipe Sousa, não esqueçamos, apoiou nas Regionais. Se o PS quer, de facto, voltar a ocupar o lugar que lhe cabe, em termos europeus, de alternativa ao PSD, não pode alimentar o ovo da serpente que é o JPP. Alguém tem dúvidas de que, o JPP, uma vez na Câmara, voltará a apoiar o CDS em futuras Regionais? 4. Como é que é possível o PS apoiar uma força política que é que contribuirá – decisivamente! - para a sua derrota estratégica no Concelho de Santa Cruz e na Madeira? Em nome de uma “vitória” pírrica, que deixará exangue o PS e o acantonará, definitivamente, como terceiro partido, os socialistas poderão estar a hipotecar, por muitos anos, o seu futuro. 5. A atitude do PND, ao retirar o apoio ao JPP, torna cada vez mais sem sentido político e estratégico o apoio dos socialistas ao JPP em Santa Cruz, onde, a vitória seria pírrica, efémera, mas iria contribuir para a vitória estratégica do CDS, cujo grande objetivo é ser indispensável como parceiro de governo do PSD-M. A derrota do PSD ,que isto partido, no geral, dá até sinais, em Santa Cruz, de não o deixar grandemente angustiado…, tendo em conta a situação do Município, pode não ser desejada pessoalmente pelos candidatos mas pode ser de todo o interesse político desse partido, que voltaria, daqui a 4 anos, a proclamar que todos os males do Concelho seriam da responsabilidade da Oposição. 6. Além disso, o PND não se limitou a retirar o apoio ao JPP apelando ao voto no PAN. De facto, não há só PPD e JPP em Santa Cruz: além do PAN, os eleitores têm por onde escolher e votar. Há que criar as condições para que o afastamento do PSD do poder, em Santa Cruz, possa ser, na devida altura, quem sabe se ainda antes do final deste mandato que ora se vai iniciar, definitiva, e não uma mera vitória pírrica das forças que se lhe opõem, vitória efémera de que o PSD pudesse sacar vantagens políticas a muito curto prazo. Para tal, urge que se tenha visão estratégica, para que o poder, a curto prazo, vá cair exatamente onde se não quer, no regaço da Direita, nomeadamente do CDS e do PSD! 7. Aos socialistas e aos democratas em geral o meu apelo é este: em nome da autonomia do projeto socialista e de uma futura vitória estratégica, concentrem os votos em forças políticas que não estejam comprometidas com as políticas do atual governo da República, PSD e PSD, como é o caso do PAN e nomeadamente da Coligação Democrática Unitária.