segunda-feira, 29 de junho de 2009
POR QUE RAZÃO ENTENDO QUE A OPOSIÇÃO SE DEVIA FAZER REPRESENTAR NO DIA DA REGIÃO
1. O dia nacional de um país, o dia de Portugal, de uma Região, o dia da Madeira é um acontecimento cuja simbologia devia unir e não dividir.
2. Concordo com o que disse o Dr. João Carlos Gouveia sobre a qualidade da Democracia na Região. Concordância absoluta quanto ao conteúdo, portanto.
3. Os partidos políticos devem ter uma concepção estratégica sobre as questões e não casuística. Sendo assim, o que devia ser definido, neste caso, é o signficado de cada data comemorativa.
4. A nível nacional, as grandes datas históricas são o dia 5 de Outubro, o dia 25 de Abril e o dia 10 de Junho, dia de Portugal. Destas três datas, só o 25 de Abril é comemorado no parlamento. O dia de Portugal tem um figurino idêntico àquele que é proposto para comemorar o dia da Região.
5. Quando eu era membro da Assembleia Municipal do Funchal estive presente numa comemoração em que discursou o Presidente, no dia do Município. Ia preparado para duas decisões, tendo em conta discursos oficiais em que se ataca sistematicamente a oposição: ou o PGRegional fazia um discurso em que respeitava a função, e eu ficava; ou ele atacava despudoradamente a Oposição, sobretudo o PS, e eu levantava-me e saía. O discurso reteve-se no plano institucional, atitude que aplaudi então, nomeadamente em declarações públicas, chamando a atenção para outras ocasiões em que tal não acontecera.
6. Ora, eu percebo o discurso da Oposição, quanto aos conteúdos, crítica da conduta política do PSD, mas, em nome justamente de novos conteúdos democráticos, discordo da forma.
7. Pode argumentar-se: a presença da oposição caucionaria o poder. Não: a ausência da Oposição é que o desresponsabiliza. Até porque a presença, a dar-se, teria de fazer-se sob determinadas condições, em diálogo com os cidadãos: ou o poder se comportaria com respeito pela data - comemorações regionais para o dia 1 de Julho idêntico às nacionais para o 10 de Junho, ou... .
8. Se assim não fosse, isto é, se o poder partidarizasse, pelo discurso e pela atitude, as comemorações, a Oposição, em bloco, abandonaria essas comemorações - justamente em atitude de respeito pelo carácter regional da comemoração - não esqueçamos a comemoração e o que é comemorar - comemora-se o dia 1 de Julho de 1419 e - parece-me!... - esse, o descobrimento, por mais que este regime nos pareça eterno, não é obra do PSD - e co-memorar é memorar, lembrar, em conjunto, colectivamente (co), um determinado facto histórico relevante.
9. Julgo que esta estratégia seria não só reveladora de uma atitude de fundo sobre a questão, que não dependeria do poder e da atitude do partido que o detém,no ponto de partida, e seria politicamente mais penalizadora para o mesmo poder. Assim, é deixar o campo aberto ao PSD.
10. Resta ainda a questão, que está já tratada implicitamente mas não foi dito de forma explícita, passe a redundância: o facto de os partidos não usarem da palavra. Discordo e lembro, mais uma vez, as comemorações a nível nacional. Em nenhum momento, no dia de Portugal, os partidos intervêm.
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