sábado, 11 de setembro de 2010

Plataforma Democrática, Rodrigo Trancoso


Desde o anúncio da intenção de criação de uma Plataforma Democrática (PD), que congregasse no seu seio partidos da oposição, forças vivas da sociedade civil e cidadãos independentes, com o objectivo de em conjunto e de forma articulada, convergirem na acção com o propósito de derrubar o PSD/Madeira, muitas têm sido as reacções adversas, provenientes tanto do PSD (como seria de esperar), como de alguns sectores da própria oposição (facto que, infelizmente sublinhe-se, também não constitui surpresa.
Este conjunto de reacções, na minha modesta e humilde opinião, só reforçam a pertinência e a urgência da criação e consolidação da referida plataforma, senão vejamos: por um lado, o facto de o PSD/M e do Sr. Presidente do Governo Regional, já terem por diversas vezes se pronunciado publicamente contra a dita PD, tentando ridicularizá-la e descredibilizá-la, só confirma que a sua real concretização seria um forte incómodo e empecilho para a acção governativa. Fazendo uso da proverbial e secular sabedoria popular, sou tentado a dizer que "só se atiram pedras às árvores que dão frutos". Pois bem, pelos vistos o "fruto" prometido pela PD, ainda sem existir, já é cobiçado e disputado de forma nítida e notória pelo PSD. Por outro lado, da oposição, levantam-se algumas reservas, pelo facto de a mesma se ir centrar exclusivamente no ataque ao Jardinismo esquecendo o combate ao poder central (Governo da República). Ora bem, se se pretende criar e consolidar uma Plataforma Democrática, esta terá naturalmente de actuar numa linha bem definida e que reúna o consenso de todas as organizações e personalidades dela constituintes. Assim, para este efeito, é óbvio e lógico que jamais a referida plataforma deverá agir contra algum aspecto que faça parte da matriz ideológica e programática de qualquer um dos seus aderentes. Neste sentido, é absurdo esperar que a referida plataforma se pronuncie contra o Governo da República ou, por exemplo, contra o casamento homossexual, porque ao assim proceder estaria a atacar frontalmente um dos seus supostos intervenientes. Todos sabemos que existem diferenças políticas, programáticas e ideológicas nos diversos partidos políticos da oposição. O que se pretende com esta plataforma não é esbater e muito menos anular essas diferenças. O que se pretende é tão-somente unir esforços em torno de um objectivo comum: derrubar e acabar com o Jardinismo. Tudo o que extravase este propósito, deverá ser concretizado fora do âmbito da referida Plataforma. Neste sentido, é expectável e desejável até, que todos os partidos que venham a constituir a Plataforma continuem de forma independente e livre a sua própria acção política, procurando só não colidir quando estiver em causa o ataque às opções do GR ou do PSD/M. Assim, é imperioso, que por parte de todos os aderentes da PD, haja a maturidade democrática necessária e suficiente para aceitarem e compreenderem as naturais divergências políticas que eventualmente surjam no decurso da acção política de cada um.

O importante é que no âmbito da PD se dê relevo ao que os une em detrimento das naturais diferenças. Que esta PD seja um exemplo de MATURIDADE E CULTURA DEMOCRÁTICAS, constituindo dessa forma um projecto ambicioso e catalisador da sociedade civil em torno de uma Melhor e Mais Democrática Autonomia!!!

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