quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pausa para reflexão



1. Nunca o PSD disputou umas eleições em tão grande dificuldade como estas. Contudo, essas notórias dificuldades não correspondem a facilidades por parte do maior partido da Oposição. E porquê? Esta oportunidade histórica para a Oposição vai ser perdida. Quem são os responsáveis?
2. As lideranças do PS devem ter a responsabilidade de estar em condições de preparar o PS para disputar eleições para ganhar. Para isso, é preciso que os líderes do PS possam estar em condições de responder afirmativamente a esta pergunta: tem as condições necessárias para ser Presidente do Governo?
3. Em consequência, qualquer candidato a líder do PS deve responder a esta pergunta dos cidadãos: está preparado para disputar umas eleições a Presidente do Governo? Se a resposta for não, não se candidate. Por exemplo, no último Congresso do PS, os dois candidatos, incluindo aquele cuja candidatura apoiei, não preenchiam essa condição. (E quem é que disse que eu sou um exemplo de coerência?).
4. O que se sabe é que, neste momento, Vítor e Jacinto já chegaram a acordo quanto ao lugar de cada um na lista de deputados à ALR, um a seguir ao outro na "quota masculina", e já chegaram a acordo, um a seguir ao outro, na quota da Madeira para a Comissão Nacional. Jacinto lembrou-se de indicar Duarte Gouveia ou Rui Caetano em lugar elegível? Vítor lembrou-se de Ricardo Freitas ou Jaime Leandro, seus apoiantes? Não - é o que eu digo: o partido sofreu uma metamorfose: passou de PS a PSV!
5. Logo a seguir às eleições, o PS terá o seu congresso ordinário. Alguns dos nomes de que já tenho ouvido falar, não preenchem os requisitos para responder afirmativamente a este pergunta: está preparado para ser candidato a Presidente do Governo? Eu, como cidadão, não apoio um candidato nessas circunstâncias!
6. Quando o PS aceita como candidatos e como líderes personalidades que não preenchem os requisitos para serem candidatos a presidente do governo está a passar a mensagem à sociedade de que não quer ser poder mas que as candidaturas se propõem apenas gerir uns determinados lugares no aparelho do partido e do Estado - no caso do PS, vereações e deputados. E a sociedade diz: a gente compreende e, por isso, também, não vos dá o poder. Aliás, a grande disputa entre Jacinto e Vítor é apenas esta: qual de nós é o primeiro? Nem sequer têm solidariedade com os seus na atribuição de lugares institucionais!
7. E quem será que é responsável por esta situação, pelo facto de o PS deixar de ser partido de poder para ser um loby de mera pressão sobre o poder? Os poderes fácticos!...

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