sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma carta fora do baralho

Mesmo com muito poucos recursos é possível manter a liberdade da nossa palavra

Afinal José Manuel Coelho existe como politico. Ao contrário de muitos outros, foi a votos e está cotado na bolsa da política nacional. O seu valor é conhecido e ronda os 4.5%.

Acresce ainda ser uma criação regional, longe dos corredores da capital do Império, sem os favores da comunicação social ou das elites partidárias.
Quer isto dizer que os 4.5% não estão inflacionados pelos interesses dos mercados da política partidária, nem estão protegidos por forças ocultas como a Maçonaria, Opus Dei ou CIA.

Quer também isto dizer, que José Manuel Coelho fará dos seus votos o que bem entender. Entre ele e os seus eleitores não há meias verdades, palavras difíceis, falsas virtudes, passado escondido ou estratégias geniais para salvar o País.

Já apelidado como o "fenómeno do regime republicano", José Manuel Coelho sem bombos, gaiteiros, bandeiras, jantaradas, arruadas, santanettes coloridas ou gente importante à sua volta, dá com a sua campanha um bom exemplo a esta nação nobre mas sem dinheiro: mesmo com muito poucos recursos é possível manter a liberdade da nossa palavra, a independência do nosso pensamento e lutar por um bom resultado.

Como muitos, também eu fiquei sem entender bem o desenho ideológico ou a proximidade partidária do discurso e trajecto de José Manuel Coelho ao longo da campanha.

Mas entendi bem que a sua adrenalina se concentra contra a hipocrisia das palavras, a insinuação sem rosto, a corrupção dos protegidos pelo poder, o nevoeiro que esbate a responsabilidade, as injustiças da justiça dos tribunais, o autoritarismo arrogante dos pequenos tiranos que a democracia tolera.
É certo que só denunciar não basta, mas há quem tenha ficado na história porque um dia, teve a coragem de o fazer…… e muita coisa mudou no mundo!

Para o bem e para o mal, José Manuel Coelho ganhou um novo estatuto político e social após o resultado destas eleições. Que se cuidem as virgens ofendidas com as suas intervenções, os treinadores de bancada bem-falantes ou a comunicação social que o ignorou e até o mal tratou.
No concerto do actual regime, José Manuel Coelho é uma carta fora desse baralho. Poderá não ser o trunfo, o ás de copas ou a manilha que decide um jogo de cartas, mas também não é o Joker que muitos desenharam vestido de bobo!

E assim David venceu Golias no Funchal, Machico e Santa Cruz!
Pouco mais há a dizer das eleições para a Presidência da Republica. A tão falada ética republicana não evitou os golpes baixos, as insinuações ordinárias, as palavras rancorosas quando estalou o verniz.

Já estava escrito no livro da Republica, que tem apenas cem anos, que o Prof., Cavaco Silva, sua esposa Dr.ª Maria Cavaco, seus filhos e netinhos, iriam ganhar as eleições.

Como o meu Presidente será sempre um Português que saiba quantos cantos tem os Lusíadas e que sem receio do Cabo das Tormentas tenha a coragem e a sabedoria para ao leme, sorrindo, chamar-lhe Cabo da Boa Esperança ……… obviamente votei em D. João II.

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