segunda-feira, 19 de julho de 2010

A gente fortíssima de Espanha

A gente fortíssima de Espanha são os Portugueses! Quando os Portugueses começam as Descobertas, era este o Mapa da Península, ou Hespanha, como então se dizia. Hespanha, do Latim, Hispania, era toda a península, e assim se escreveu até o princípio do Século XX. Espanha não era um conceito político mas geo-cultural. Só a partir de 1492, com a conquista do último reino árabe na Hespanha, o de Granada, os reis católicos, Isabel e Fernando, de Leão e Castela e Aragão respectivamente, passam a usar o título de Reis de Hespanha, título que ainda hoje se mantém, Reis de Espanha, D. Juan e Dona Sofia. D. João II, a quem se deve hoje a existência do Brasil, de Angola e de Portugal, questão estratégica que não cabe aqui explicar, D. João II de Portugal, o Príncipe Perfeito, protestou contra esta usurpação do título de Reis de Espanha, visto que não reinavam sobre Portugal e os reis de Portugal também tinham então essa ambição sobre toda a Espanha, isto é, toda a Península. Esta tensão, entre Castela, usurpadora de Espanha e as periferias - Aragão, hoje Catalunha, e Navarra, hoje País Basco mantém-se, como ainda esta semana escreve Mário Soares na Visão.
No século XIX, Antero de Quental e todos os da Geração de 70, falam dos povos hespanhóis, isto é, os povos da Hespanha, portugueses, castelhanos, navarros ou bascos, catalães ou aragoneses, isto para facilitar, a coincidência não é absoluta, não há etnias puras entre os povos, mas estádios que evoluem, ora coincidem com os estados, ora não coincidem. Portugal é um caso de coincidência absoluta e criou a maior concidência universal entre estado e nação, o Brasil, na sua miscigenação; Natália Correia escreveu a obra "Somos todos Hispanos". Em conclusão, o anti-espanholismo é mais bem traduzido, cultural, política e historicamente, na luta dos povos da periferias ibéricas contra o movimento centrípeto castelhano. O Futuro trará novos factos na Península Hispânica a que Portugal não será estranho.

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