domingo, 21 de março de 2010

A solução para as ribeiras: mini/micro-hidrícas, mini-barragens para travar a torrente, retenção de água para o Verão, espelhos de água


Porque não mini/micro-hídricas?



Basta Que Sim (extracto de um texto que publiquei no Diário de Notícias): Num plano integrado de natureza ecológica e paisagista e de segurança das populações - vide a tragédia de 1993, o projecto, sinteticamente, baseia-se na construção de pequenas barragens, aproveitando, tanto quanto possível, as pequenas cascatas já existentes, assegurando o ano inteiro, se necessário, no Verão, com o fornecimento de água, a existência perene de espelhos de água entre as cascatas, a remoção de escolhos e detritos, com a consequente e fácil fluidez da corrente em tempo invernal.


É com enorme satisfação que cada vez há mais sectores a partilhar daquilo que alguns consideravam uma utopia minha.


Sendo as margens do domínio público, a Região pode delas fazer o que bem entender. Até pode dar de concessão como acontece com algumas parcelas do domínio público marítimo. Mas manda a boa gestão que se equacionem outros soluções em nome do bem comum. Por exemplo, para aproveitamentos hidroeléctricos.

Na zona da Fundoa, a norte da rotunda, para o interior, ou na Ribeira dos Socorridos (nalgumas zonas a inclinação é quase nula e é até possível chegar a espelhos de água) é possível fazer mini-barragens para conter sedimentos que escorrem das encostas. Represas que podem ter outros fins como criação de trutas ou 'pistas' para canoagem. Mirando do Douro, por exemplo, utilizou verbas do 'Polis' para 'controlar' o rio Fresno. Até um espelho de água controlado por cinco mini barragens foi feito.

E porque não mini-hídricas, na senda das energias renováveis e num conceito mais ou menos semelhante à central de inverno junto à foz da ribeira da Calheta?
A designação central mini ou micro-hídrica generalizou-se em Portugal para designar os aproveitamentos hidroeléctricos de potência inferior a 10 Mw. Este limite é geralmente usado internacionalmente como fronteira de separação entre as pequenas e as grandes centrais hidroeléctricas. É aproveitado o desnível natural do curso de água para se instalar uma pequena turbina. Já representam 16% da energia eléctrica produzida em Portugal.

A solução das mini-barragens para travar a torrente

A solução para minimizar os efeitos devastadores das ribeiras passa pela resolução de dois problemas: o controlo da velocidade da água e o controlo do transporte dos inertes. Para se conseguir esses objectivos, há algumas hipóteses, mas a solução clássica em Hidráulica Fluvial, que é a mais simples e mais económica, resume-se a criar plataformas com a inclinação zero graus com uma extensão adequada e a construção de um muro com altura adequada no final da plataforma. Estas barreiras tipo mini-barragens têm a função da redução da velocidade da água e também a retenção dos inertes. Estas plataformas podem ser repetidas ao longo da ribeira, sendo que a sua relevância começa a montante.

Pode-se, eventualmente, equacionar a construção de mini-barragens para aproveitamento hidroeléctrico, retenção de águas para o Verão, prática de desportos (canoagem) ou até viveiros de trutas. Os açudes a montante evitam ainda que o material sólido, como árvores/troncos de grande porte, derrubados por enxurradas, chegue à foz. Tais açudes podem e devem ser desassoreados regulamente e o material inerte daí proveniente aproveitado para a construção civil.

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