domingo, 4 de outubro de 2009

A arrogância autocrática e medíocre de Ricardo Miguel Oliveira do Diário de Notícias

"...queixinhas de amuados? Um capítulo em que o PS-M é mestre de mediocridade política ao apresentar uma queixa contra toda a comunicação social madeirense pela cobertura mediática diária dada à candidatura "Juntos pelo povo", não lhe passando pela cabeça que cada órgão de comunicação rege-se por critérios bem distintos da aritmética daqueles que antecipadamente arranjam desculpas para derrotas que se avizinham".

O que é isso de "critérios bem distintos da aritmética", que critérios são esses, em que se baseiam? O articulista rege-se com o espírito de "eu sou o dono da bola" e faço no diário o que muito bem entendo. Ouça, Senhor jornalista, eu não arranjo desculpas, nem tenho receio nenhum de nenhum resultado eleitoral, e sei perder democraticamente. Mas os critérios, em democracia, não são os de um qualquer candidato, nem o de um qualquer jornalista, com comentários medíocres: os critérios são os da equidade e da igualdade das candidaturas. Em Santa Cruz, há uma candidatura que tem cobertura diária e outras que não a têm. É claro que a candidatura do PSD tem a dos suplementos, ilegais, aliás, pagos com o dinheiro dos contribuintes. Não recebo lições de democracia do articulista do diário, e a questão não será de perder ou de ganhar - a disputa democrática está para além disso. A vitória por que pugno é a vitória da democracia e se, nessa vitória, estiver incluída a derrota da força política pela qual me candidato, a minha não eleição ou eleição, hipóteses perfeitamente plausíveis, porque democráticas, não é isso que me preocupa minimamente. O que efectivamente me preocupa e deve preocupar todos os democratas, deve preocupar todos os jornalistas que defendem a liberdade, todas as liberdades, é a igualdade das candidaturas em democracia. Mas se o Senhor jornalista acha que não cobrir uma candidatura quase nunca e cobrir as outras sempre é jornalismo, faça-o, eu considero que isso é mau jornalismo e antidemocrático. A coberto da contestação do que chamam o "critério aritmético" , há jornalistas que acham que podem manipular a informação a seu belo prazer, dizendo que o critério não é a metro, contudo dão metros, decâmetros, hectómetros, quilómetros de cobertura ao partido do poder e pouco ou nada a outros. Mais ainda, não é a cobertura de uma determinada candidatura que me preocupa - olhe, já agora, dêem-lhe primeira página, não é só o partido do poder que tem direito, pois não? - o que (já não) espanta é que o Diário faça o mal e a caramunha. Acho até interessante que o jornalista Ricardo Oliveira - e não é só ele, parece que alguns cidadãos desta terra têm esse comportamento dúplice sem que dele se apercebam - condene os excessos cometidos em Lisboa, e bem, que comentem, por exemplo, a suspensão de um telejornal e nada digam acerca da suspensão de um programa de informação e debate na Madeira. Sim, o que disse Ricardo Oliveira acerca da suspensão ou cancelamento, ninguém sabe, do Dossier de Imprensa?
Depois, vem dizer que é para jusfiticar previsíveis derrotas. Oh senhor jornalista, certamente está a mangar com o pessoal: mas, por acaso, há expectiva de resultados na Madeira, como é próprio das democracias, o senhor de quantas câmaras está à espera que o PSD perca, sim, porque só ele perde câmaras? Depois do 11-0, já não se fala do 54-0? Entenda ainda, acha que eu estou, do ponto de vista pessoal, minimamente expectante, minimamente vivendo um drama pessoal com os resultados? Faz favor! Vejo que na Europa todos têm direito a uma Democracia decente. Nós, madeirenses, temos uma democracia indecente. Está o jornalista Ricardo Oliveira satisfeito com esta democracia? Acha que a asfixia democrática é só no Continente e que isto aqui é o melhor dos mundos? Continue. Eu não acho. E aponto culpados: o PSD, a Oposição, a imprensa, o Diário de Notícias, o articulista em causa, eu próprio, todos somos responsáveis.
Finalmente, qual o mal de nos queixarmos à CNE? Sim, qual o mal, ou será que já nem isso nos assiste? Fazer queixa não signica ter razão. Quem recorre aos tribunais procura uma arbitragem isenta, pode ter razão ou não. Agora, num Estado Democrático, o recurso à Justiça faz parte elementar dos direitos, liberdades e garantias. Nem vejo motivo para estar preocupado. Fique calmo.
P. S.
Eu, não obstante, aguardo tranquilamente o resultado de umas eleições que eu considero que não são livres nem democráticas, visto que a igualdade das candidaturas está irremediavelmente subvertida. Que o Diário assuma a parte de leão que lhe cabe nessa subversão.

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